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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

EM MEADOS DE OUTUBRO DE 2016.

Well... agora? Bom, não consegui dar continuidade ao blog, o que é uma pena. Mas essas postagens espaçadas estão dando uma boa ideia do que vem acontecendo comigo. É interessante, também, pois acabo sintetizando tudo numa postagem só e evito aquele monte de asneiras que eu provavelmente escreveria pra encher linguiça. Mas bem, e agora? O que eu to fazendo da minha vida? O que está acontecendo?

Pois bem. Estou na universidade cursando o bacharelado interdisciplinar em ciência e tecnologia, na Universidade Federal do ABC. Não tenho muito bem definido ainda o que eu farei depois desse bacharelado, que serve como curso de ingresso, durante ele nós pegamos matérias e construímos a grade de algum curso que chamamos de pós-BI (pós-bacharelado interdisciplinar), como estou nos primeiros períodos ainda não acho que seja o momento de explorar matérias e construir a grade do meu curso, mesmo que achasse, não faço a menor ideia de quais matérias pegar, pois estou em dúvida entre alguns cursos. Eis o que me aflige:

No momento, estou interessado em dois cursos: química e engenharia de instrumentação, automação e robótica. Sim, um não tem nada a ver com o outro e nem me venha dizer que dá pra conciliar os dois inventando uma bateria eletroquímica para um robô que instrumentaliza processos químicos, bla bla bla, não, não quero conciliar. Ou um, ou outro.

Química, pois me interessa o assunto, começou a me interessar desde que cursei Estrutura da Matéria no primeiro período, além disso, me dá a possibilidade de trabalhar como docente, se bem que com o “notório saber” eu posso dar aulas de química sem necessariamente cursar química, o que é um atraso, mas não vem ao caso. Sem dúvidas emendaria um mestrado e um doutorado para seguir carreira acadêmica. A docência, a meu ver, traz maior liberdade de desenvolvimento intelectual ao profissional, que não fica limitado pelas demandas do mercado ou pela empregabilidade conjectural, logo, é interessante.

Engenharia de instrumentação, automação e robótica (chamarei de EIAR, pois é um nome muito grande!) me interessa, pois penso que o futuro será baseado na automatização, vislumbro um futuro completamente automatizado em que possamos dedicar-nos ao ócio, às artes, à ciência, ao amor, à família e a vários outros órgãos da existência que nos fazem tão bem. E eu não quero simplesmente esperar esse futuro, quero construí-lo. Mas vá lá, o que é a robótica no Brasil? Engatinha como uma criança doente, dificilmente eu conseguiria exercer minha função de revolucionário industrial! Mas é uma engenharia, tradicionalmente traz alguma estabilidade financeira, tem um campo de atuação vasto, para alguém um pouco ansioso como eu, é um curso interessante para considerar.
Enfim, além desse dilema vocacional, que eu acredito que ainda dará muito pano pra manga (não se assustem caso eu me veja formado em relações internacionais daqui 5 anos), minha vida ainda teve outros desenrolares: comecei a namorar. Estruturalmente, é o meu segundo namoro, me sinto mais seguro e com uma tonelada de erros anotados para ter uma referência do que não fazer. Também ando mais desanimado com a política brasileira e os desenrolares da crise, quanto mais aprendo sobre o assunto mais duvido da capacidade moral do ser humano.

Minha casa foi invadida enquanto eu dormia, foi um episódio tenso, teve um conflito, mas tudo acabou da melhor maneira possível, nem eu, nem o bandido nos machucamos e ele não roubou nada, pois acordei a tempo. Não era um hannibal sanguinário, então a situação não exigiria tragédias, mas ainda assim foi um episódio bastante traumático que acarretou em algo bom: mudei-me. O ambiente anterior nunca me incomodara, embora incomodasse boa parte dos moradores que conheço de lá, entretanto, a casa em que morava há dois anos nunca me fizera sentir bem. Era a casa em que minha tia morara anteriormente, era a casa da tia, não meu lar, nunca senti que ali fosse o meu lar, sempre tive aquela ansiedade, aquela vontade de ir embora, mas ir embora para onde? Aquela era minha casa. Que não fosse meu lar, era minha casa, deal with it*. Mas mudei-me, ótimo. Atualmente moro num lugar mais tranquilo, num apartamento, de fato menor, mas aconchegante, tamanho ideal em verdade.
Culturalmente, ando explorando muito a MPB, o rap e os sons experimentais de todos os Zé Ninguém da internet. Ando lendo muito Dostoievsky, posso garantir que há um vício. O livro do momento é Nietotchka Niezvânova, que explora a gênese dos sentimentos a partir da vida de uma criança que, muito sensível, experimenta de tudo em sua vida, inclusive um amor homoafetivo. Amor homoafetivo é um tabu atualmente, imagina isso no século XIX, agora imagina isso somado ao fato de que tal homoafetividade é exercida por duas crianças! De fato, algo bastante incomum, mas é a gênese do amor, Dostoievsky não infere o menor teor malicioso, é algo interessante de se ler, mas que, creio eu, surpreende até o mais mente aberta, pra frentex, dos leitores.

Futuro... Mantenho-me extasiadamente solto às circunstâncias, quero estudar e namorar, não imagino mais surpresas até o fim do ano, ano esse bastante agitado. Acredito que até o fim do ano será só calmaria. Ano que vem, muita coisa pode acontecer, oportunidades surgir, quero analisar e manter tudo em aberto: talvez comece a trabalhar, talvez inicie alguma pesquisa acadêmica, talvez publique um livro, talvez descubra alguma aptidão reservada, enfim, muita coisa pode acontecer. Mas no momento tenho listas de exercícios para fazer. Dormir, acordar, estudar, ir para a faculdade, voltar, dormir, acordar e estudar novamente, até o fim de semana, depois disso até o fim do ano. Depois disso? Depois disso, eu não sei.


*Expressão, meme, do inglês: lide com isso. Te vire. Aceite que dói menos. Segure essa marimba, monamour.